Aos 58 anos, José de Abreu tem uma história de superação e luta. De seis irmãos, onde ele é o mais velho, quatro homens e duas mulheres, todos bebiam. Alguns pararam, outros não. Seu pai era muito pobre, mas conseguiu crescer na vida, se tornando um dono de uma construtora, e assim pôde dar uma vida de classe média alta para José e seus irmãos. Por isso estudaram a vida inteira em colégios bons.
crédito: Bruna Serur |
José casou, e até ter o segundo filho vivia em boas condições, trabalhando. Quando o seu terceiro filho nasceu, ele tinha três carros, mas o vendeu para gastar com bebidas e mulheres. Nessa época a doença já havia tomado conta da sua vida, não tinha mais controle sobre si mesmo. Por causa da bebida, pelo péssimo convívio com os companheiros e por achar que estava sempre correto ele foi afastado do emprego de inspetor da Polícia Federal. Com isso, passou a tomar conta de um matadouro, saindo para beber todos os dias com pessoas que não tinham boa índole. Com eles, José passava três dias fora de casa.
Quando chegava em casa nos fins de semana, alcoolizado, quebrava móveis e decorações. Ele tinha uma arma, e sempre que a mulher reclamava do estado em que ele estava José apontava uma arma para ela e para os filhos que tentavam defender a mãe. Com medo, os filhos e a mulher iam se esconder nas casas dos vizinhos. Lá eles dormiam até o efeito da bebida passar e então voltarem para casa.
O filho mais novo de José, quando tinha 10 anos, saiu de casa antes de o pai chegar para evitar o confronto. Ele foi parar em um bar que tocava pagode, e lá, na música, encontrou um refúgio. Todas as noites ele passava no bar para tocar um pouco e não sofrer vendo o pai chegar alcoolizado. Isso aconteceu até o seu filho completar 16 anos. Nessa época José já não trabalhava mais, seu último emprego foi na área de frios de um supermercado. Ele foi demitido por causa do alcoolismo.
crédito: Bruna Serur |
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Depoimento do voluntário do AA sobre a relação família e álcool:
familiaeoalcool by inebriandose
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